Quem disse que ser Autista e TDAH é só desgraça? A gente tem o tal do Hiperfoco, que chamam até de superpoder. A Dra. Ana Beatriz Barbosa disse que o Hiperfoco do autismo e do TDAH são diferentes. O do TDAH é para gerar dopamina que temos em falta, e o do Autismo é para gerar conforto e segurança. Como eu sou as duas coisas, sei lá qual dos dois é o meu.
Quando era criança, meu hiperfoco eram os animais. Qualquer um, sapo, morcego,
insetos. Eu gostava até mais dos que eram rejeitados pelas outras
pessoas. Tá aí uma coisa bem esquisita pra eu contar pra psiquiatra.
Eu dizia que queria ser "insetista" (olha só que profissão
inovadora). Até chorava quando eu pegava piolho na escola, e minha mãe
tinha que matar as lêndeas. Eu chorava dizendo pra ela por na cabeça das
bonecas, porque eram ovinhos de bebezinhos. Depois ainda dizem por aí que
autista não tem empatia... Esse "elogio" soa como um coice no meu coração. Só
queria expressar minha "gratidão" a pessoa que inventou isso.
Já tá na hora de superar e parar de reclamar dessa pessoa nos artigos. O
universo tá só observando.
Falando nisso, lá vem uma meio aleatória (até que nem tanto, acho que foi sincronicidade). A minha mãe resolveu contar agora há pouco no WhatsApp (do nada), como eu fazia o sinal da cruz quando ela me ensinou a rezar. Ela ensinava que era pra fazer com a mão, em nome do pai, do filho e do espírito santo, e aí mandava eu fazer igual. Eu esquecia e fazia, em nome do pai, do filho, da mãe e da mana. Aí ela teve que repetir várias vezes até eu pegar o jeito rs. Pra mim, fazia muito mais sentido colocar a mãe e a mana, do que deixar elas de fora da oração. Bem coisa de autistinha, esquecer rápido algo que acabou de aprender, e ainda pensar assim no literal. Mas como eu era "funcional", meu diagnóstico não rolou na infância.
Bom, foco no hiperfoco! Hoje em dia meu hiperfoco é espiritualidade. Acho que da pra perceber pelo blog. imagina só, uma pessoa cag@da de medo com hiperfoco nisso. Pensando bem, tô achando que esse não é do tal hiperfoco confortável. Acho que meu hiperfoco mais confortável agora adulta, deve ser o das séries coreanas. No meu perfil da Netflix só tem olhinhos orientais fofos. Vou escrever um artigo especial com dicas de Doramas. Atė que tem uns bem estilo fisica quântica mesmo, vai ficar legal.
Voltando ao hiperfoco na espiritualidade. Vamos lá, eu consigo parar de pensar nos olhinhos coreanos! É exatamente disso que se trata o hiperfoco, quando eu amo um assunto não calo a boca. Só consigo conversar com os outros se for sobre essas coisas. E com a espiritualidade é bem assim. Nem vejo o tempo passar quando vem o foco. As vezes até esqueço de comer ou tomar os remédios. Agora por exemplo, já são 3 da madrugada e eu esqueci que tenho que dormir. Continuo amanhã. Até futuramente!
Voltei! Esse artigo vai ser o mais esquisito do blog. Minha
mãe conta que quando eu era criança falava que via espíritos, mas ainda bem
que não lembro de nadinha disso. O que lembro, é de algumas vezes ver as
coisas se movendo sozinhas e também de ver luzinhas coloridas dançando no ar.
Mas eu ficava tão cag@da de medo, que rezava tanto e tudo sumia. Minha família
por parte de mãe era bem católica. Eu vivia com aquelas imagens de santinho
embaixo do travesseiro e estava sempre com escapulário no pescoço. Também
colocava o terço pendurado na cabeceira da cama. Enfim, enchia de coisa na
minha volta para me proteger de espíritos.
Meu pai até me levou uma vez em um centro umbandista pra ver se resolviam isso. Na primeira vez que fui, um homem de olhos fechados ficava batendo uma espécie de faca na volta dos meus pés. Eu fiquei com tanto medo, que começaram a usar só as minhas meias nas outras vezes. Eu não tenho preconceito religioso, mas a verdade é que a experiência não foi muito confortável. Por isso, meu pai acabou indo mais para o lado Kardecista, e eu fui junto. O ambiente era mais calminho e fazia mais sentido que as cantorias da igreja.
Ah, eu nem contei que fiz Catequese e essas coisas tudo. Mas deu pra entender né? Nasci católica, depois fui espiritualizando, até que cheguei aqui nesse blog maluco. Minha religião agora é Deus e mais nada. Só ele sabe a verdade de tudo pra me contar. Talvez prefiram chamar de Centelha Divina, Eu Superior, ou Espirito Santo. Tanto faz o nome que a religião der, é sempre o mesmo Deus cuidando da gente. Só existe Deus, tudo é ele. Não precisa brigar com quem acredita em Santos, é tudo Deus também.
Mas sabe, desde criança eu pensava que Deus era a Natureza. O que de certa forma não deixa de ser verdade. Ele é amor, a substância da vida, se experienciando de diferentes formas. A nossa Centelha Divina é uma forma de Deus também. Uma parte nossa, que ainda lembra que é o amor manifesto.
Já tentaram me levar pro lado evangélico, mas nem sei se vale a pena contar.
Eu fui em uma espécie de refúgio da igreja. Gente, acho que eu fiquei como uma
cara de tão assustada com tudo que houve (não consigo disfarçar sentimentos),
que no final pediram pra eu não falar mal da religião. Bem lembrado, vou ficar
quietinha rs. Mas até que teve uma parte divertida.
Olha eu, tentando suavizar outra experiência traumática.
Acho que o importante é acreditar em Deus, independente da religião. Mas não
um Deus malvado separado da gente, e sim saber que ele nos ama e vive em todos
nós. Eu respeito e admiro todas as religiões. Sempre quando tem alguma
bagunça, é porque a humanidade mesmo tacou ego e preconceito em algo que era
pra ser lindo. Entendam que é o EGO que Jesus chamava de Diabo. E que não dá
pra humanizar Deus colocando Ego nele, pois ele é amor incondicional e
perfeição. Nós estamos só brincando de estar separados. O Diabinho é aquela
parte nossa que estraga essa perfeição com a separação. Somos Um!
Me aprofundei e ficou um textão. É que Deus é tão lindo, o amor
incondicional, e tudo isso. Eu faço outro post depois sobre esses
pensamentos que vieram. Obrigada você que conseguiu ler até o fim.